quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

[RESENHA] O VELHO E O MAR


O VELHO E O MAR
Autor: Ernest Hemingway
Editora: Bertrand Brasil
Edição: 2012. (Publicado originalmente em 1946)
Páginas: 126
Páginas Brancas, com ilustrações.
Skoob: 4 Estrelas

Um autor clássico que tinha ouvido falar, mas nunca tinha lido. Depois de ouvir um editor comentar que seu escritor favorito era Hemingway e que, na sua concepção, ninguém nunca poderia morrer sem o ter lido. Pensei: “Pôxa, Eu tenho que ler!”
Conversando com amigos e escritores, iniciei minha caminhada com Hemingway com este livro. Foi uma leitura interessante.
Na verdade, achei o livro um pouco triste, como se fosse um acerto de contas com a vida. A luta para que, no fim de contas, ela seja com significado e propósito, com orgulho próprio.
Pesquisando sobre Hemingway, descobri que este tema é uma constante nos seus livros. É chamado "evidência trágica" do fim, pela história do autor deve ter sido algo com que lutou por muito tempo. Ele enfrentou esta situação e no fim de contas acabou por tirar a própria vida, quando já estava idoso. (Que pena!)
O livro foi escrito em 1952, ganhou com ele um Pulitzer (1953), considerada a sua obra-prima. Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1954. Isso certamente o faz um sucesso de crítica, um clássico. Recentemente, acabou transformar-se em uma animação em 1999, ganhando o Oscar de 2000 de melhor animação. (http://www.youtube.com/watch?v=qx-3VYKvDUA)
A história é sobre Santiago, que está a 84 dias sem apanhar um só peixe, sozinho no mundo, sem mulher, sem filhos, pobre, considerado por todos um homem sem sorte, um perdedor. Mora em um casebre, onde faz suas necessidades atrás da casa e dorme sobre jornais.
Na verdade, seu único amigo, companheiro e alegria na vida, é Manolin. Um garoto a quem trata como filho. Sendo Manolin quem cuida de Santiago e o trata com muito carinho, consideração e respeito. O admira como um grande pescador, um grande homem. Ele consegue comida, paga cervejas e o ajuda com seu barco.
Manolin era o companheiro de pesca de Santiago, que o ensinou tudo sobre pescaria. Contudo, os pais do menino já não o deixam ir pescar com Santiago por o considerarem azarado.
Cansado de passar vergonha, de estar sozinho e sem nenhum sucesso, Santiago decide ir mais longe, no 85º dia. Para conseguir pegar um peixe grande e mudar toda esta situação. Questionado por Manolin se ele conseguiria pescar um peixe grande, Santiago diz saber tudo sobre eles.
Ao partir para a pescaria, Manolin acorda cedo para ajudar Santiago nos preparativos. Emocionados os dois se despedem e Santiago diz a Manolin que 85 é o seu número da sorte.
Ao remar para cada vez mais longe, Santiago pensa muito, conversa com o mar, a quem ele refere-se com La mar, conversa com os peixes, pensa sobre si mesmo. Vemos um homem velho, mas com um espírito jovem, forte e disposto.
Levado pela corrente do golfo, após um grande tempo, sentiu que pescou um grande peixe, dos maiores que ele já havia pescado. O peixe o reboca para cada vez mais longe da costa. O velho está sozinho e o peixe não vai desistir de sua vida facilmente.

Inicia-se um combate de persistentes. O peixe não desiste, e o velho não desiste. Santiago está motivado e encontra forças para lutar até o fim. Segura a linha com uma mão e se alimenta e faz todas as demais coisas com a outra. Lutando com cãibras e dores, conversando com os pássaros, horas e horas se passam e os dois persistem. Escurece, amanhece e novamente.
Lutando contra o Espadarte, Tubarões, contra as dores, fome e cansaço, sonhando com Leões, vemos o velho jogando todas as suas forças para vencer, para alegrar Manolin, para ter orgulho próprio. Dias desaparecido, o que acontecerá?
Sonhos, pensamentos, tristezas. A determinação de não se deixar ser vencido. Um livro tocante, que nos faz pensar e sentir sobre a grandeza de um homem, independente de sua condição. Um livro sem capítulos. Do inicio ao fim não queremos parar a leitura. Vale a pena ler!
Trecho:
“Tudo o que existia nele era velho, com exceção dos olhos que eram da cor do mar, alegres e indomáveis.”

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